quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Estruturas minerais encontradas em Marte podem ser indícios de vida

 Muitas formas estranhas têm sido encontradas na paisagem de Marte em décadas recentes, muitas das quais têm levantado sugestões de que lá uma vez houve, ou ainda há, vida marciana. Porém, uma nova proposta por uma dupla de cientistas poderia realmente estar apontando para algo concreto.
Em 2008, o jipe-sonda Spirit, da NASA, capturou uma imagem mostrando depósitos minerais similares a couve-flor, dentro da cratera Gusev em Marte.  O Smithsoniano reportou que cientistas agora estão pensando que estas protuberâncias com aparência inócua poderiam ser os restos de vida em Marte.
Steven Ruff, um geólogo planetário, e Jack Farmer, um geobiólogo, ambos da Universidade Estadual do Arizona, em Tempe, encontraram uma distinta similaridade entre estas protuberâncias de silício e estruturas encontradas em terras áridas de El Tatio, no Deserto do Atacama, no Chile.  Eles apresentaram sua tese há uns dois meses, num trabalho liberado pela American Geophysical Union.

Há mais de 3 bilhões de anos, partes de Marte eram terras repletas de géiseres hidrotérmicos.  Acredita-se que a região onde as protuberâncias de silício foram encontradas uma vez abrigava estas fontes quentes e géiseres.

A área do Deserto do Atacama que os pesquisadores estudaram é muitas vezes comparadas com Marte, especialmente devido ao seu solo vermelho. O ambiente é tão parecido com Marte, que a NASA usa a região para ajustar seus robôs e praticar as habilidades de manusear seus jipe-sondas. Sua elevação significa que ela recebe uma grande quantidade de radiação ultra-violeta, bem como os altos níveis de radiação que ocorrem na superfície marciana. Junto com esta característica extrema, a região recebe menos de 100 milímetros de chuva por ano, e sua temperatura varia entre -25ºC até 45ºC. El Tatio é também o maior campo de géiseres no hemisfério sul, com aproximadamente 80 deles ativos.

Próximos dos géiseres em El Tatio, os pesquisadores encontraram estruturas similares a couve-flor, as quais foram criadas por processos microbianos. Foi esta descoberta que fez Ruff e Farmer acreditarem que as formações no formato de ‘couve-flor’ perto de um antigo géiser marciano também poderiam ter sido causadas por micróbios.

Estruturas de protuberâncias formadas por vida microbiana também têm sido encontradas em fontes geotérmicas no Parque Nacional de Yellowstone e na Zona Vulcânica Taupo, da Nova Zelândia.

Infelizmente, a ideia de que estas estruturas poderiam sugerir uma vida microbiana passada ainda é incerta no momento. Devido ao fato de Ruff e Farmer terem aberto mão, é difícil provar biologia a 54, 6 milhões de quilômetros de distância. Os cientistas também encorajam mais pesquisadores a investigarem o que estas misteriosas protuberâncias poderiam ser. Enquanto isto, fazer comparações terrestres ainda é a melhor aposta para o caso.

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