segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Projeto Stargate: Espiões psíquicos da Guerra Fria

Um carro passa entre tanques dos EUA em outubro de 1961 pela famosa fronteira do setor americano em Berlim, no ponto de passagem ‘Checkpoint Charlie’, o único no Muro de Berlim entre o Leste (o setor soviético) e Berlim Ocidental (o setor americano) utilizado por diplomatas e estrangeiros (AFP/Getty Images)

O uso do governo dos EUA de pessoas treinadas em habilidades paranormais para aplicação militar tem uma história que remonta a pelo menos algumas décadas.
O Projeto Stargate foi o codinome de um projeto financiado pela Agência Central de Inteligência (CIA). Ele foi criado em resposta a relatórios de inteligência de que a União Soviética estava envolvida em pesquisa psíquica, segundo a Federação de Cientistas Americanos (FAS).
O Stargate, que recebeu outros tantos codinomes entre 1972 e 1995, empregava “visão remota”, uma técnica que usa poderes da mente para ver cenas e indivíduos distantes.
Iniciado no ‘Instituto de Pesquisa de Stanford’ (SRI), na Califórnia, em 1972, o projeto – originalmente chamado SCANATE ou ‘escanear por coordenadas’ – era composto por indivíduos dotados ou talentosos selecionados pelo SRI para serem treinados na guerra psíquica. Um mínimo de precisão de 65% era desejado, mas níveis mais elevados poderiam ser alcançados com o treinamento.
Enquanto o projeto evoluía ao longo dos anos 1970, ele acabou por ser combinado em 1979 com um programa pré-existente da inteligência do Exército chamado projeto “grill flame”. Operando a partir de Fort Meade, Maryland, o novo grupo era composto tanto por dois soldados como civis que foram considerados psiquicamente talentosos.
Em 1983, o programa se expandiu para incluir um conjunto de instruções que, em teoria, permitiria que qualquer pessoa fosse treinada em visão remota e produzisse dados confiáveis. Em 1984, o projeto havia realizado centenas de experiências de visão remota.
Embora o nível relatado de sucesso do programa variasse de fonte para fonte, o programa supostamente teve várias sessões bem-sucedidas, incluindo a localização de uma área de testes nucleares soviéticos em Semipalatinsk em 1974 e a localização um bombardeiro Tu-95 soviético abatido numa área de vários quilômetros de destroços na África. Joe McMoneagle, um oficial de Projetos Especiais da Inteligência, disse que deixou o projeto depois de receber uma condecoração ‘Legião de Mérito’ por obter informações sobre 150 alvos que não puderam ser localizados por outros meios, segundo a FAS.
O projeto continuou até meados dos anos 1990, momento em que este sofreu com várias falhas de infraestrutura que levaram a sua reavaliação por parte do Instituto Americano para Pesquisa em 1995. Depois que avaliações positivas e negativas serem feitas, o instituto por fim recomendou a rescisão do projeto.
Os arquivos do programa Stargate de visualização remota estão atualmente disponíveis, desclassificados, e armazenados na Administração Nacional de Arquivos e Registros.

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