terça-feira, 8 de março de 2016

CERN consegue imagem mais nítida do Bóson de Higgs

Também chamada de partícula de Deus, descoberta explica a massa dos elementos do Universo

O Centro Europeu de Física de Partículas (CERN) anunciou nesta terça-feira  que conseguiu captar a imagem mais nítida até o momento do Bóson de Higgs, que explica por que outras partículas elementares do Universo têm a massa que têm. A descoberta do Bóson de Higgs, ocorrida no CERN há três anos, foi uma das mais importantes no campo da física nas últimas décadas.

Os experimentos Atlas e CMS, que até então concorriam tentando encontrar primeiro esse bóson, uniram depois seus esforços para medir conjuntamente suas propriedades e combinar o resultado de suas análises. O CERN disse hoje que agora conta com novos resultados que oferecem a maior precisão sobre a produção do Bóson de Higgs e sua desintegração no Grande Colisor de Hádrons (LHC) e interação com outras partículas.

O Atlas e o CMS estão incorporados no LHC, o acelerador de partículas mais potente do mundo. Trata-se de um anel de 27 quilômetros de circunferência localizado a cerca de 80 metros debaixo da terra, na fronteira entre Suíça e França. Foi no LHC que foi observado pela primeira vez o Bóson de Higgs, que antes só existia na teoria e era um dos pilares do modelo padrão da física moderna e que descreve as partículas elementares e suas interações.

Em comunicado, o CERN informa que seu objetivo é buscar novos fernômenos físicos e reduzir - graças à colaboração entre Atlas e CMS - o tempo que levaria a cada um destes experimentos, separadamente, para alcançar a precisão requerida nas análises.

— Todas as propriedades medidas (do bóson) estão de acordo com os prognósticos do modelo padrão e serão a referência para as novas análises dos próximos meses.

As formas em que se produz e desintegra um Bóson de Higgs são variadas. Após se formar, o bóson deveria se desintegrar imediatamente em 58% dos casos em um quark e sua antipartícula. Conhecer as taxas de desintegração do Bóson de Higgs é crucial porque qualquer desvio a respeito das que o modelo padrão prediz poria em dúvida o mecanismo que dá massa às partículas elementares e abriria a porta para uma física desconhecida.

Os resultados obtidos até o momento e o fluxo de dados obtidos graças à maior potência em que o LHC funciona desde março deixam os cientistas "em uma boa posição para olhar o Bóson de Higgs de cada ângulo possível", declarou um porta-voz do CERN, Dave Charlton.

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